Nas trilhas do caminho Tudo tem seu tempo, sua hora, Sua alegria exata, seu sustento. Rosa in "Feito rio menino"


domingo, 28 de novembro de 2010

TELAS DO DIA

Como esconder o dia 
que traz em si
vitórias e alegria
em seu alforje de 
luz e candura?

Essa ternura 
doce
me chama
proclama
um poema
de luz
que 
conduz.

Amplos 
os espaços,
sutis os laços,
os abraços
....

qual telas
em tinta fresca
pinceladas

estreladas 
as mãos

a emoção fluindo
na gentil leveza
da manhã
serena

que desperta
feito prece
e aos poucos
cresce

na correria
louca 
de 
cada
um

sol 
a
sol.


Rosa Bautista Machado

Um comentário:

  1. Escoras na amotinada verdade, na sombra que projectas no calcar da terra, no querer do teu coração, no suster do grito que ecoa em cada fibra da tua paixão, tremida amálgama é aquela, ou aquele, que aparou cada pena da tua asa sem prudência, que abandonou a tua alma na íntima carência, na aleivosia de uma menina que mais não quis senão voar no dorso da fantasia. Caminhas no vil ruído da nua parede, no extenso basalto que reflecte a essência da tua ferida alma, nas pedras amontoadas sem conexão, assim te sentes, abandonada na sórdida calma, no voraz desamparo da tua incendiada escuridão. Escuta! Escuta o espírito das pedras, também elas são folha caída da ramagem da vida, saibas, que o amor espera no vento, na fruta colhida na certeza de cada tempo, todos somos, viajantes de olhar vendado, figura tecida pelo cordão do destino, sino que ressoa na imprevisão do seu balanço, pêndulo de uma pulso desmaiado, febre que vacila na noz, num peito que sofre em remanso. És cicatriz em fuga, estátua de uma lágrima tua, alma que sulca o perdido, que desafia o ocaso, mar, chuva e luar, és sol da manhã, inquietude à beira da loucura ficar, maresia, fogo, chama acesa de mágoa afagar. Desobedeces aos mandamentos da paixão, onde fias e bordas o avesso da razão, conquistas a luz do azul infinito, o segredo que adensa no contorno trilhado pelo xisto, no pão que alimenta o teu corpo e se deita nas madeiras do sol, num lençol de amarga água, manto de temperada mágoa. Foges da vida mas, não do pensamento, da sensação que padece na estátua que te cobre de sofrimento. As pedras não sabem quem és, mas segredam-me, que és eterna, que amanhã soltar-te-ás dessa tristeza incrustada, és pertença do sonho, divina, alma jamais esquecida, jamais ao abandono largada, jamais pelo sono vencida

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