Nas trilhas do caminho Tudo tem seu tempo, sua hora, Sua alegria exata, seu sustento. Rosa in "Feito rio menino"


quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Das artes o poema

Em tudo encontro  
o lado e o seu contrário, 

o tempo livre e o horário,
o direito e o seu avesso
bem colado

engraçado

no reverso sempre nasce
um verso
assim de graça
sem precisar pagar nada

pois o preço 
-por vezes assusta-
de tão caro
salta aos olhos

mas a graça da vida
não tem ouro
que pague

em direito muitos falam 
outros lutam por eles
grande parte nunca
nem os viu direito...

ouço falar em braço direito
mas que seria desse 
se o esquerdo
não estivesse ao lado?

há instantes preciosos
mágicos, de graça
há momentos custosos,
difíceis, quase sem luz 

a emoção foi capaz 
de desenhar o perto
pois quem sente-se longe
logo quis saber

a saudade é um lugar 
aonde só chega quem ama
pois amar não é lugar,
lua cheia,
em plenitude estar

se você pergunta 
resposta logo quer ouvir
saiba que há
perguntas sem resposta
e respostas que ninguém
quis saber

muita vida lá fora 
aqui dentro também
às vezes nem tanto

mas viver é leveza 

aprender, ensinar
descobrir, quebrar e refazer,
aprendiz e mestre somos

esses lados
alinhavar,
os avessos 
e seus versos
é das artes
o poema
 
dos fios sutis
que costuram

a leveza e a graça 
de saber que se está vivo

e se fazer presente.
Na sua hora exata.

Rosa Bautista Machado

Um comentário:

  1. Almejas, sonhando, nascente Sol, que o seu raiar se eterniza, cantando. Divagas pelas brumas campestres dos tons quentes que se destilam. E perdes-te, perfume efémero de flor, nos meandros retratados. És pintura melancólica que contemplo de olhar espelhado...és sussurro que se exalta...sussurro silenciado. As lágrimas fustigam teu corpo. As partículas gelam-te a alma...e o vento grita...a noite adensa-se. Retornaste

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