Em tudo encontro
o lado e o seu contrário,
o tempo livre e o horário,
o direito e o seu avesso
bem colado
engraçado
no reverso sempre nasce
um verso
assim de graça
sem precisar pagar nada
pois o preço
-por vezes assusta-
de tão caro
salta aos olhos
mas a graça da vida
não tem ouro
que pague
em direito muitos falam
outros lutam por eles
grande parte nunca
nem os viu direito...
ouço falar em braço direito
mas que seria desse
se o esquerdo
não estivesse ao lado?
há instantes preciosos
mágicos, de graça
há momentos custosos,
difíceis, quase sem luz
a emoção foi capaz
de desenhar o perto
pois quem sente-se longe
logo quis saber
a saudade é um lugar
aonde só chega quem ama
pois amar não é lugar,
lua cheia,
em plenitude estar
se você pergunta
resposta logo quer ouvir
saiba que há
perguntas sem resposta
e respostas que ninguém
quis saber
muita vida lá fora
aqui dentro também
às vezes nem tanto
mas viver é leveza
aprender, ensinar
descobrir, quebrar e refazer,
aprendiz e mestre somos
esses lados
alinhavar,
os avessos
e seus versos
é das artes
o poema
dos fios sutis
que costuram
a leveza e a graça
de saber que se está vivo
e se fazer presente.
Na sua hora exata.
Rosa Bautista Machado
Almejas, sonhando, nascente Sol, que o seu raiar se eterniza, cantando. Divagas pelas brumas campestres dos tons quentes que se destilam. E perdes-te, perfume efémero de flor, nos meandros retratados. És pintura melancólica que contemplo de olhar espelhado...és sussurro que se exalta...sussurro silenciado. As lágrimas fustigam teu corpo. As partículas gelam-te a alma...e o vento grita...a noite adensa-se. Retornaste
ResponderExcluir